Mudanças da Carteira em Dezembro


A bolsa de valores comportou-se de maneira ligeiramente mais tranqüila no mês de novembro comparativamente ao que vinha se estabelecendo desde o mês de junho.
As variações de preços diminuíram um pouco de intensidade, com os investidores estrangeiros reduzindo o frenético ritmo de vendas a qualquer preço, que tantas oportunidades têm trazido a investidores mais atentos.

A carteira Small Caps, então, atenta as novas barganhas que vão surgindo, vai se moldando e agora já é composta, com as alterações a seguir anunciadas, por diversas empresas que fizeram ofertas públicas de ações recentemente. São estes ativos que mais têm sofrido com a saída maciça dos estrangeiros que tem que cobrir o rombo que provocaram no exterior.

Em dezembro, saem os seguintes ativos:


CZRS4 - Tem sofrido com prejuízos não recorrentes que diminuíram sua atratividade em relação a outros bancos médios. Suas cotações se recuperaram levemente do ápice do desespero, o que acabou tornando alguns de seus pares mais baratos. Está sendo substituído por BICB4.

GPCP3 - Muito embora haja evidências fortes de que a reestruturação do grupo tem melhorado a parte operacional, o que fica demonstrado com a forte melhora do lucro EBIT em todos os trimestres deste ano, está pesando contra a dívida cambial que, para dificultar, vence a maioria no curto prazo. É negociada a menos de 2 vezes o lucro EBIT no momento e custa apenas 20% de um faturamento anual. No entanto, é interessante diminuir na carteira o peso de ativos que sofrem com os impactos cambiais, como é o caso de BEEF3 e FHER3, que se mantém em razão dos preços muito deprimidos apesar dos referidos impactos cambiais. Estes possuem razoável folga em termos de liquidez corrente para suportar os aumentos do dólar com maior facilidade. GPCP3 está sendo substituída por CNFB4, que se beneficia da alta do dólar.

CTKA4 - Também se trata de um ativo ainda relativamente atrativo (quase todos na bolsa estão nesta situação no momento, para alegria de quem está formando sua carteira de ações), mas outra companhia do setor têxtil despontou com um ótimo resultado no terceiro trimestre. Enquanto a Karsten é afetada no curto prazo com o aumento do dólar, a Cedro é beneficiada. Assim, ingressará no lugar da CTKA4 a companhia ECPR4, que detém 29% das ações da Cedro.

Entram os seguintes ativos:

BICB4 - Banco médio que negocia, segundo o site fundamentus, com P/L 1,59, P/VPA 0,32 e DY de 24,9%! A aversão ao setor é absurda e os analistas são quase unânimes em sugerir que fiquemos distante de bancos médios. Bom, eles também diziam que a bolsa ia fechar este ano em mais de 80 mil pontos, não? É claro que há um risco forte de reduzirem a atividade de empréstimos em razão do empoçamento da liquidez nos maiores bancos. Porém, se você acredita que o lucro cairá "apenas" 60%, ainda assim seus múltiplos ficariam atrativos, com P/L abaixo de 5.

CNFB4 - Empresa fabricante de tubos de aço, especialmente para gasodutos, que possui uma boa quantidade de pedidos firmes para passar no curto prazo por possível cenário nebuloso. Tem como atrativo de curto prazo o recheado caixa atrelado ao dólar, o que provavelmente causará bom lucro financeiro no quarto trimestre. Negocia com P/L 3,13, P/VPA 1,05 e custa 55% do faturamento líquido dos últimos 12 meses. Em caixa tem, conforme posição do mês de setembro (quando o dólar estava bem mais barato que atualmente) aproximadamente R$ 670 milhões a mais do que as dívidas.

ECPR4 - Holding que detém participações na Fazenda Cantagalo e 29% da empresa Cedro, negociada na bolsa sob códigos CEDO3 e CEDO4. Esta empresa apresentou forte evolução no terceiro trimestre, apresentando um dos melhores resultados da história, além de ser beneficiada financeiramente pelo aumento do dólar. Negocia com P/L 2,66 e P/VPA 0,45. Os resultados da Cedro causaram melhora no resultado da ECPR4 por meio da equivalência patrimonial.

Fonte: ADVFN

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