Papéis Baratos: aproveite-os!


Pessoal, li uma matéria da revista InvestMais que merece ser republicada e difundida aqui, pois é um assunto pertinente com nossas small caps. Ei-la:



Para ganhar no Futuro

“Compre uma nota de US$1 por US$0,50 e você será um homem rico.” É assim que Warren Buffet define, em poucas palavras, a melhor estratégia de investimento que qualquer pessoa pode ter. Para quem pensa que a crise que o mundo enfrentou em 2008 só causou prejuízos, a verdade é outra. O fato é que a reviravolta do mercado financeiro revelou chances extraordinárias e repetiu quase que na mesma proporção o cenário de 2002, ano em que as ações caíram a um de seus mais baixos níveis da história.

Phil Town, no livro Regra nº1, ensina o investidor a tirar vantagens dos preços baixos das ações de empresas consideradas “maravilhosas”. O segredo: seguir quatro princípios básicos para garantir, no futuro, lucros inatingíveis no curto e médio prazo. Afinal, o investidor que segue a regra número 1 é aquele que espera pacientemente pelas flutuações do mercado para fazer com que ação de uma empresa chegue a um ótimo preço. Para isso, é preciso:

» Encontrar uma empresa maravilhosa
» Saber quanto ela vale como empresa
» Comprá-la com 50% de desconto
» Repetir o processo até ficar muito rico

Em um momento em que a bolsa abre uma janela tão grande de oportunidades, a InvestMais ouviu a opinião de especialistas e também dos leitores. O consenso é de que não há melhor hora para comprar ações que nos momentos de baixa. E como resultado do sobe e desce da bolsa, o investidor encontra um verdadeiro “saldão de ofertas”, com ações de grandes empresas vendidas pela metade ou, até mesmo, um terço do preço de poucos meses atrás.

O que dizem os especialistas
Para Fernando Campello, gerente de contas da Hera Investing, a imprevisibilidade do mercado financeiro se assemelha, muitas vezes, ao comportamento irracional que um investidor apresenta em determinados momentos. Não há como prever, muito menos entender quedas tão bruscas no valor de mercado das empresas listadas em bolsa. “No ponto em que estamos, muitos investidores devem estar se perguntando: por que a crise é uma oportunidade? Porque, na bolsa de valores, as ações das empresas perdem seu valor de forma irracional”, explica Campello.

Já Marcelo Afonso, criador do site Fundamentus – que possui um histórico completo de todas as empresas listadas na bolsa –, diz que a fase ruim da economia nem sempre é sinal de que a empresa está sofrendo. “Quando medimos os resultados das companhias através da rentabilidade sobre o capital investido, percebemos uma disparidade entre os fatores macroeconômicos e tais resultados”, comenta.

Como descobrir uma “empresa maravilhosa”
Para Marcelo, para descobrir uma empresa maravilhosa é preciso estudar seu histórico de resultados. “Uma empresa que consiga crescer suas receitas consistentemente, mantendo boas margens e bons retornos sobre o capital, pode ser considerada uma boa empresa”, aponta.

Confira alguns indicadores que devem ser observados mais atentamente pelo investidor que está em busca de uma empresa maravilhosa:

» P/VPA: preço da ação dividido pelo valor patrimonial por ação
» P/L: preço da ação dividido pelo lucro por ação
» PSR (Price Sales Ratio): preço da ação dividido pela receita líquida por ação
» Dividend Yield: dividendo pago por ação dividido pelo preço da ação

Outro sinal que indica a hora de comprar uma ação é quando a empresa abre um Programa de Recompra, o PRA. A indicação é do analista Fernando Lucena, que afirma: “Ninguém melhor do que a própria empresa para saber onde está indo e quando está barata. Se elas estão recomprando, é porque chegou ao momento que seus papéis estão muito baratos”, comenta.

De 2002 a 2007
Veja o que aconteceu com o dinheiro dos investidores que aproveitaram a última grande crise do mercado financeiro, em 2002, para comprar na baixa. A tabela a seguir é resultado de uma análise feita por Marcelo Afonso, que comparou as empresas considerando o reinvestimento de dividendos entre junho de 2002 e junho de 2007. O resultado é uma valorização média de 612,75 % dos papéis em um período de cinco anos.






Que empresas comprar para ganhar no longo prazo?

Depois de decidir que é momento de ir às compras, o investidor precisa analisar a empresa por vários aspectos. Para Fernando Lucena, um investidor como Warren Buffet, por exemplo, prefere analisar as empresas pelo fator qualitativo. “Algumas têm uma qualidade muito boa e acabam sofrendo com a crise por diversos fatores. O mercado joga o preço da ação para baixo e faz com que algumas operem com quase 70% de desconto no seu valor”, comenta Lucena.

O autor do livro Investindo em Small Caps, Anderson Lueders, enviou para a InvestMais o histórico de quatro empresas que sofreram grande depreciação de preços com a crise. Veja, no quadro a seguir, por que elas são consideradas “boas compras” para investidores que tiverem paciência para recuperar os ganhos no futuro.

Banco Industrial e Comercial S.A. (BICB4)
Potencial de valorização: 300%
Preço-alvo para dezembro/2009: R$ 8,72
Cotação em dez/08: R$ 2,18
Preço/Lucro: 1,67 anos
Preço/Valor patrimonial por ação: 0,34
Fez recompra de ações: SIM

O setor de bancos médios foi alvo de massivas vendas por parte de investidores estrangeiros. No entanto, todo esse cenário negativo está excessivamente precificado nas ações. Ainda que o lucro caia 40% – a título de ilustração –, a empresa custaria menos que três anos de lucro. Além disso, anunciou recompra de ações sinalizando que os preços estão muito atraentes.

EZ TEC Empreendimentos e Participações S.A. (EZTC3)
Potencial de valorização: 200%
Preço-alvo para dezembro/2009: R$ 5,88
Cotação em dez/08: R$ 1,96
Preço/Lucro: 3,23 anos
Preço/Valor patrimonial por ação: 0,36
Fez recompra de ações: NÃO

A construtora EZ TEC apresenta valor de mercado de R$287 milhões, e apenas o capital que possui em caixa atinge a monta de R$200 milhões. É como levar o restante da empresa (recebíveis, imóveis, entre outros) por apenas R$87 milhões. Ao contrário de outras construtoras, foi mais conservadora na compra dos terrenos e, com isso, tem capital de giro suficiente para atravessar o aperto de liquidez.

Tegma Gestão Logística S.A. (TGMA3)
Potencial de valorização: 100%
Preço-alvo para dezembro/2009: R$ 7,82
Cotação em dezembro/08: R$ 3,91
Preço/Lucro: 4,12 anos
Preço/Valor patrimonial: 0,75
Fez recompra de ações: SIM

A empresa tem distribuído bons dividendos. Atua especialmente no segmento de transporte de veículos, com excelente market share. Fez uma grande aquisição no segundo semestre de 2008, com efeitos parciais no resultado do terceiro trimestre.

Companhia de Tecido Santanense (CTSA3)
Potencial de valorização: 150%
Preço-alvo para dezembro/2009: R$ 4,77
Cotação em dezembro/2008: R$ 1,91
Preço/Lucro: 3,27 anos
Preço/Valor patrimonial por ação: 0,45
Fez recompra de ações: NÃO

Possui valor de mercado de R$75 milhões e apenas no terceiro trimestre de 2008 apresentou lucro líquido de quase R$11 milhões, evidenciando que o início da desvalorização do Real em relação ao dólar fez bem para a companhia. A empresa tem apresentado melhorias no lucro operacional desde o início de 2007, com elevação das margens, e ainda não há sinais de que esse cenário se altere.

Christian Cayre, autor do blog CHRInvestor, também enviou análises de três empresas. Confira:

CEMIG (CMIG4)
Potencial de valorização: 19,5%
Preço-alvo para dezembro/2009: R$ 40,30
Cotação em dez/08: R$ 33,71
Preço/Lucro: 8,93 anos
Preço/Valor patrimonial por ação: 1,67
Fez recompra de ações: NÃO

Além de uma alta geração de caixa, a CEMIG conseguiu diminuir consideravelmente a sua dívida em dólar. Em 2000, mais de 60% das dívidas eram na moeda americana. Agora apenas 5%. Um fator a menos para se preocupar, caso tenhamos uma corrida cambial. Os múltiplos da empresa também se mostram atrativos. Além disso, assim como quase todo o setor de energia, a CEMIG também é uma boa pagadora de dividendos. Hoje em dia, o dividend yeld está por volta dos 6%.

Telesp (TLPP4)
Potencial de valorização: 16%
Preço-alvo para dezembro/2009: R$ 56,00
Cotação em dez/08: R$ 48,23
Preço/Lucro: 10,31 anos
Preço/Valor patrimonial por ação: 2,22
Fez recompra de ações: NÃO

A Telesp apresenta um endividamento muito baixo, menos da metade do Lajida (geração operacional de caixa) e assim como a Cemig, mantém uma parcela próxima de zero no que refere a dívidas em dólar. A dívida líquida/ebitda dos últimos 12 meses é de 0,25, o que passa segurança para o investidor caso a crise venha a se agravar ainda mais. Em termos de dividendo, a Telesp talvez seja no momento, o principal pagador do mercado brasileiro. Estima-se um dividendo para 2009, na ordem de 10,6% aa.

Lojas Americanas (LAME4)
Potencial de valorização: 39%
Preço-alvo para dezembro/2009: R$ 9,40
Cotação em dez/08: R$ 6,76
Preço/Lucro: 63,13 anos
Preço/Valor patrimonial por ação: 16,77
Fez recompra de ações: NÃO

Os papéis da empresa já sofreram muito com a crise americana (correção aproximada de 80% desde o topo em set/2007), além disso, diante do cenário de incertezas que está por vir, o consumidor tende a evitar o endividamento e privilegiar gastos de baixo valor, segmento em que as Lojas Americanas se posiciona, sendo reconhecida como marca de descontos. 


Fonte: InvestMais 


Obs: Lembre-se sempre de fazer SUAS avaliações pessoais sobre os papéis. Utilize as informações divulgadas por revistas e afins como DADOS, e não como VERDADE ABSOLUTA.

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