Muitas vezes o “porto seguro” está nas small caps. Retorno superior a 65% no ano


Começo a postagem a respeito do desempenho da carteira small caps no mês de maio com mais uma frase, assim como foi feito em abril: “As blue chips são mais seguras para a crise”. Este mito dito insistentemente pela imprensa especializada deve ser comparado aos fatos. E eles não deixam dúvidas:

Diversas empresas do segmento das blue chips tiveram um desempenho muito ruim no primeiro trimestre, sendo amplamente afetadas pela crise, como é o caso de muitas siderúrgicas.

De forma oposta, uma quantidade razoável de companhias small caps tiveram desempenho superior, como se ignorassem a crise. Muitas delas fazem parte da carteira divulgada neste blog. A verdade é que o que determina a segurança de uma decisão de investimento definitivamente não é o tamanho da empresa e sim: a própria situação patrimonial e de resultados; como estão as perspectivas para o segmento; quais fatores afetam a lucratividade; a capacidade da administração e o preço que você paga pelas ações em relação ao valor que elas possuem. E isto tudo nada tem a ver com tamanho.

Portanto, é importante saber que muitas vezes “o porto seguro pode estar entre as small caps!” Diversas elétricas, bancos médios e construtoras bem administradas, que mantiveram caixa adequado, foram alternativas muito mais seguras que famosas blue chips.

Falando especificamente sobre a carteira small caps, assistimos no mês de maio a alta generalizada das empresas, nos mais variados setores. Apenas citando aqueles que subiram ao menos 20% temos: PINE4 (26,24%), EZTC3 (25,66%), TGMA3 (23,75%), HBOR3 (20,76%), SULA11 (29,32%), PRVI3 (34,19%), BEEF3 (34,80%), FHER3 (47,06%), MWET4 (43,19%), CEBR3 (36,36%) e INEP4 (31,07%).

Portanto, novamente os bancos médios e as construtoras mantiveram a tradição de potencializar o retorno da carteira, tema este bastante repetido por aqui. PINE e BICBANCO já estão com retorno médio de 150% neste ano. As construtoras EZTEC e HELBOR superaram mais uma vez alta de 20% no mês e atingiram ganho acima de 90% no ano. EZTEC anunciou um resultado trimestral que superou a expectativa até mesmo dos mais otimistas, mostrando a capacidade de adaptar-se ao momento econômico e, ainda em maio, lançou o maior empreendimento da sua história, atingindo rapidamente grande volume de vendas.

Destaque também para o retorno da Providência: muito embora quase todas as cotações das ações das companhias do segmento industrial tenham caído fortemente, nem todas sofrem em idêntica proporção os efeitos da crise econômica. A Providência, como destacado quando ingressou na carteira, em abril, possui demanda menos elástica pelos seus produtos (nãotecidos utilizados na produção de produtos higiênicos e fraldas, por exemplo) e tem focado na produção de itens de maior valor agregado.

O mês marcou ainda o poder de retorno dos turnarounds. Este é sem dúvida um dos segmentos que mais gera debates e confusões: o fato é que há enorme diferença entre uma small caps promissora, dotada de indícios de que esta melhorando a sua situação, e diversos micos que perambulam no mercado.

O grupo formado por BEEF3, FHER3, MWET4 e CEBR3, subiu em média 40,35%. Relevante novamente o desempenho das ações de companhias que possuem dívida em dólar e que caminham para conquistar ganhos cambiais substanciais no trimestre atual.

Lembre-se sempre de acompanhar os resultados empresariais das empresas selecionadas, de fazer uma adequada diversificação e de que ninguém melhor do que você pode cuidar dos seus interesses.

Abraços,
Small caps – Anderson Lueders
Autor do livro: “Investindo em small caps: um roteiro completo para se tornar um investidor de sucesso”.

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