Alterações na carteira - Abril


Saem os papéis:

Metal Leve (LEVE4): teve perdas com hedge, que ainda devem afetar o resultado de 2009, uma vez que no passivo circulante consta a cifra de R$ 232 milhões relativa a prejuízos com derivativos. Como seu preço em relação ao faturamento não é tão depreciado como outras empresas que tiveram pesadas perdas com derivativos, esta saindo a partir de abril da carteira small caps.

Brascan (BISA3): Além de objetivar a diminuição do peso da construção civil na carteira, que já tem outras três companhias do segmento (ETER3, EZTC3 e HBOR3), Brascan teve uma seqüência de fatos negativos.
Primeiramente, a conjuntura econômica mostrou que a aquisição da Company não foi realizada no melhor momento. Atualmente, provavelmente o preço a ser pago seria menor. Segundo, isto contribuiu para a necessidade de chamada de capital por meio de subscrição de novas ações, diluindo a participação acionária de quem não aplicou mais recursos e piorando os indicadores fundamentalistas como P/VPA e P/L. Por fim, as novas regras contábeis afetaram bastante os seus resultados.


Ingressaram as ações SLED4, PRVI3 e GRND3 e RAPT4.

Resumidamente, sobre as empresas:

A Saraiva, que já subiu 11,51% nos primeiros dias de abril, negocia atualmente com P/L abaixo de 7, P/VPA 1,4 e PSR 0,44. Surpreendeu com o forte crescimento da receita e do lucro líquido em plena crise. Costuma ter os melhores resultados no primeiro e no quarto trimestre de cada ano. As lojas da Siciliano que foram reformadas trouxeram vendas até 100% maiores e há muito a ganhar com esta aquisição.

A Providencia (alta de 24,07% até o dia 03/04) também negocia com P/L abaixo de 7, P/VPA 0,6 e PSR 0,55. Atua no segmento de não tecidos. A demanda por seus produtos não deve sofrer tanto como as demais atividades econômicas. Beneficia-se da alta do dólar por meio das exportações, o que contribuiu para o bom desempenho no quarto trimestre.

A Grendene (alta de 6,55% até o dia 03/04) negocia com P/L 5, P/VPA 0,98 e PSR 0,93. Tem DY de 9,1% e custa apenas uma vez o ativo circulante líquido, conforme site www.fundamentus.com.br. Também pode se beneficiar da alta do dólar em razão das exportações, o que já elevou substancialmente o preço médio em Reais praticado por unidade vendida para o exterior.

A Randon (alta de 7,78% até o dia 03/04) é historicamente uma empresa com excelente gestão e que dificilmente chega a ter múltiplos tão atrativos. Negocia com P/L 4,2, P/VPA 1,23 e PSR 0,32. Tem ROE de 29%. É grande a possibilidade de diminuir a lucratividade em 2009, até porque já anunciou quedas fortes na receita nos primeiros dois meses do ano. No entanto, parte disso será compensado com o custo menor das commodities e pelo aumento da receita em Reais por unidade vendida ao exterior. Portanto, nesta fase negativa do ciclo, pode-se estar diante de uma oportunidade única de compra de uma empresa superior.

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