Fator Corretora avalia potencial das small caps no semestre


Em meio à turbulência que sacode a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) neste ano, algumas companhias de baixo e médio valor de mercado – conhecidas como small caps entre os investidores – apresentam bom potencial de alta até dezembro. Em alguns casos, como a da Estácio Participações, o ganho pode chegar a 35%, de acordo com a Fator Corretora, que avaliou a situação das principais small caps do Brasil. Veja, a seguir, um resumo da análise:

Estácio Participações
A Estácio é um dos maiores grupos de ensino do país, com foco na educação universitária em grandes centros urbanos. Um de seus diferenciais é a taxa de retorno acima da média do setor, ROE (return on equity), de 20%, ante 14% das demais. Além da presença no Rio e em São Paulo, a empresa tem crescido no Nordeste e também quer ampliar a atuação no ensino à distância.

Papel: ESTC11 (unit equivalente a uma ação ordinária e duas preferenciais)
Preço-alvo (dez/08): 31,11 reais
Potencial de valorização: 35% sobre o fechamento desta terça-feira


Kroton
Outra empresa do ramo de educação, a Kroton atua em todos os níveis de ensino: primário, secundário e terceiro grau. Com a demanda estável nos dois primeiros níveis – taxa de crescimento orgânico de 10% ao ano -, a companhia busca agora conquistar o público universitário. Aposta que a maior demanda desse nível virá de cidades de pequeno e médio portes. Estima-se que a Kroton tenha encerrado o segundo trimestre com 35.000 estudantes pós-segundo grau.

Papel: KROT11 (unit equivalente a uma ação ordinária e seis preferenciais)
Preço-alvo (dez/08): 47,09 reais
Potencial de valorização: 56,97% sobre o fechamento desta terça-feira


SEB (Sistema Educacional Brasileiro)
A empresa é focada no ensino de primeiro e segundo graus. Ao contrário do mercado pós-secundário (universidades, cursos de extensão, etc), esses segmentos apresentam taxa de expansão estável, o que leva a SEB a aposta em uma estratégia de aquisições para crescer. A companhia também espera ampliar sua atuação no nicho de ensino à distância, e pretende abrir 100 centros do tipo neste ano.

Papel: SEBB11 (unit equivalente a uma ação ordinária e seis preferenciais)
Preço-alvo (dez/08): 40,81 reais
Potencial de valorização: 74,48% sobre o fechamento desta terça-feira


Localiza
A locadora de veículos mineira aposta em uma plataforma integrada de negócios, que envolve desde a compra de veículos para a frota em condições diferenciadas – a empresa é a maior compradora individual de automóveis do país – até a venda em sua rede de lojas de carros semi-novos. A empresa espera um incremento de 10% ao ano no mercado de locação de automóveis em aeroportos pelos próximos anos. Além disso, a Localiza está ampliando o número de lojas fora de aeroportos para atrair outros tipos de público para locação de veículos.

Papel: RENT3
Preço-alvo (Dez/08): 25,86 reais
Potencial de valorização: 55,69% sobre o fechamento desta terça-feira


Saraiva
A companhia vem sustentando seu crescimento, nos últimos trimestres, na expansão da venda online de livros. No primeiro trimestre, por exemplo, as vendas via site saltaram 85,7% sobre o mesmo período do ano passado. O canal respondeu por 35,4% da receita líquida da livraria, um avanço de 3,7 pontos percentuais na comparação. A empresa também aposta na venda de produtos de informática e na importação de livros.

Papel: SLED4
Preço-alvo (Dez/08): 34,05 reais
Potencial de valorização: 13,5% sobre o fechamento desta terça-feira


Indústrias Romi
A companhia aposta numa estratégia de aquisições para crescer. Neste momento, ela analisa 10 empresas, em diferentes fases de negociação, para potencial compra. Os alvos são fundições com vendas anuais brutas entre 70 e 300 milhões de reais. A Romi divulgou estimativas de crescimento entre 14% e 18% para a receita líquida neste ano, com margem de ebitda de 21% a 23%.

Papel: ROMI3
Preço-alvo (Dez/08): 29,10 reais
Potencial de valorização: 97,96% sobre o fechamento desta terça-feira


Eternit
Ainda em luta para manter a produção de materiais à base de asbesto no país, a Eternit também avalia possíveis aquisições para diversificar seu portfólio. O foco recai sobre produtores de materiais de construção; empresas cujos artigos beneficiem a marca Eternit ou impulsionem os canais de distribuição. A Fator espera que o segundo trimestre apresente vendas recordes, apesar da proibição do asbesto no Estado de São Paulo.

Papel: ETER3
Preço-alvo (Dez/08): 12,80 reais
Potencial de valorização: 112% sobre o fechamento desta terça-feira


Hering
A companhia possui três marcas fortes – Hering, PUC e Dzarm – e sua nova estratégia é aumentar a fatia de mercado entre os consumidores de baixa renda, por meio de uma nova política de preços. O preço do segmento premium da empresa, hoje 40% superior à da concorrência, deve baixar para 25%. De acordo com a Fator, a força da empresa está em suas marcas e na capacidade de distribuição por meio de lojas próprias, franquias e lojas de departamentos.

Papel: HGTX3
Queda acumulada no ano: 5,0% sobre o fechamento desta terça-feira


Anhanguera Educacional
A empresa tem planos ambiciosos de expansão para os próximos anos. Atém 2010, pretende crescer ao ritmo de 40.000 novos alunos por ano. Entre 2011 e 2012, a taxa prevista é de 20.000 matrículas por ano. Para cumprir a meta, a Anhanguera quer inaugurar seis novos campus por ano até 2012. Com isso, chegaria ao final deste período com 120 campus em 100 cidades brasileiras, além de 450 centros de ensino. As instalações comportariam 500.000 alunos. A política de aquisições de instituições concorrentes deve continuar, e a Anhanguera espera manter o preço médio de compra equivalente a 5.200 reais por aluno. Segundo a Fator, o objetivo da empresa é se tornar o principal grupo de ensino pós-secundário do país.

Papel: AEDU11 (unit equivalente a uma ação ordinária e seis preferenciais)
Queda acumulada no ano: 29,78% sobre o fechamento desta terça-feira


General Shopping
Uma das maiores administradoras de shopping centers do Brasil, a companhia foca seus empreendimentos nas classes B e C, e tem se beneficiado da expansão de renda dos consumidores nos últimos anos. Nos próximos anos, a General Shopping aposta em projetos greenfield para crescer, ao lado da melhoria do desempenho dos centros de compra já existentes.

Papel: GSHP3
Queda acumulada no ano: 38,46% sobre o fechamento desta terça-feira


AB Note
A empresa é focada na produção de cartões de plástico para meios de pagamento eletrônico e movimentação bancária, e serviços gráficos de segurança anti-falsificação, entre outros. Com a expansão da demanda por cartões nos próximos anos, a AB Note espera reduzir custos e ganhar em escala, o que deve elevar a margem na produção de cartões inteligentes de 15% para 25%.

Papel: ABNB3
Alta acumulada no ano: 7,43% sobre o fechamento desta terça-feira


Metalfrio
Fabricante de refrigeradores industriais e comerciais, a Metalfrio conta com clientes de peso, como a Coca-Cola e a Ambev. No ano passado, sua receita cresceu 37% - dos quais, 23% vieram de aquisições e 14%, de expansão orgânica. Para este ano, a empresa espera obter uma margem de ebitda de 8% a 10%, ante os 6,3% de 2007. Em 2010, a margem projetada é de 15%. No segundo semestre, o mercado aguarda o anúncio de uma aquisição da Metalfrio na Ásia.

Papel: FRIO3
Queda acumulada no ano: 34,62% sobre o fechamento desta terça-feira


Bematech
A Bematech fornece hardwares e softwares para gestão de pequenos e médios varejistas. Neste ano, os analistas esperam que a empresa efetue até três aquisições de produtoras de software. Os investimentos da companhia são pequenos: 4,8 milhões de dólares para 2008, destinados basicamente à implantação do seu sistema de ERP.

Papel: BEMA3
Queda acumulada no ano: 23,15% sobre o fechamento desta terça-feira


Positivo Informática
Beneficiada pela isenção de impostos sobre equipamentos de informática, a Positivo viu suas vendas crescerem. O aumento do poder aquisitivo das famílias de baixa renda tende a estimular a empresa também. Nessa camada de consumidores, o computador é visto como um bem familiar. À medida que a renda cresce, passa a ser encarado como um equipamento individual, ampliando o mercado da Positivo.

Papel: POSI3
Queda acumulada no ano: 64,5% sobre o fechamento desta terça-feira


MRV
A construtora e incorporadora aposta na demanda imobiliárias nas áreas urbanas, ainda que o custo de aquisição de terrenos seja maior. Para o segundo trimestre, a margem bruta da MRV deve superar 40%, segundo a Fator, com margem de ebitda de 22% e margem líquida acima de 20%.

Papel: MRVE3
Queda acumulada no ano: 14,55% sobre o fechamento desta terça-feira


Trisul
Nascida da fusão da Tricury com a Incosul, a construtora e incorporadora atua apenas em cidades com mais de 200.000 habitantes. Seu banco de terrenos é distribuído por 21 cidades próximas a São Paulo. Para financiar sua expansão em 2009, a empresa deve lançar debêntures.

Papel: TRIS3
Queda acumulada no ano: 32,16% sobre o fechamento desta terça-feira


Tenda
A construtora e incorporadora possui quatro projetos básicos de empreendimento imobiliário e atua em 78 cidades. Segundo a Fator, a empresa apresentará margem bruta de 40% no primeiro semestre, com vendas acumuladas de 5.000 unidades. Somente no segundo trimestre, a Tenda espera crescer de 30% a 40% em vendas contratadas.

Papel: TEND3
Alta acumulada no ano: 7,39% sobre o fechamento desta terça-feira


Satipel
A Satipel possui 26% do mercado brasileiro de painéis de madeira. Para elevar a margem da operação, a companhia aposta na nova linha de produção em sua fábrica de Taquari, no Rio de Janeiro.

Papel: SATI3
Queda acumulada no ano: 22,50% sobre o fechamento desta terça-feira

Fonte: Exame

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