Small caps têm cenário desafiador, mas longo prazo compensa, diz Merrill Lynch


SÃO PAULO - Ventos desfavoráveis sopram sobre as small caps do mercado latino-americano no curto prazo. No entanto, as perspectivas que se delineiam ao setor no longo prazo são extremamente favoráveis. A leitura pertence aos analistas da Merrill Lynch, em relatório divulgado na última sexta-feira (6).


De acordo com a equipe do banco de investimentos, as turbulências enfrentadas pelas instituições financeiras lá fora, obrigadas a reformularem suas folhas de pagamentos, implicam maiores custos de financiamento a estrangeiros possivelmente interessados em investir nas pequenas companhias da região.


Outro fator que dificulta o desempenho dos papéis no curto prazo é o atual ambiente de incertezas que circunda o futuro da política monetária nos países do continente, que, pressionados pela disparada nas taxas de inflação, acenam - ou já implementam, como é o caso do Brasil - com uma trajetória de alta nos juros básicos.


"Taxas de juros maiores na América Latina estabelecem um panorama desafiador no curto prazo para o consumo doméstico e ativos sensivelmente expostos a variações na concessão de crédito", afirmam os analistas da Merrill Lynch em sua visão cautelosa.


Longo prazo promissor
A história é outra quando se foca o longo prazo. Segundo a equipe, a aversão global ao risco vem demonstrando nos últimos meses uma trajetória de queda, o que propicia um ambiente mais tranqüilo para as small caps, cujos papéis, pela menor liqüidez, costumam sofrer mais com os solavancos no mercado de ações.


Ademais, na leitura da Merrill Lynch, investidores estrangeiros estão gradualmente mais interessados nas perspectivas de crescimento das companhias latino-americanas. Desta forma, arrefecidos os temores em torno da inflação e juros no continente, os analistas prevêem uma boa performance do setor a partir do terceiro trimestre deste ano.


Recomendações
Feitas tais considerações, os analistas apostam, dentre as small caps do mercado de ações latino-americano, em setores como de educação e saúde, mais propensos a resistir à volatilidade no mercado internacional de commodities e às incertezas quanto à política monetária.


Na lista de recomendações formulada pela equipe, o Brasil é representado pelos ativos da Kroton (KROT11), Iochpe-Maxion (MYPK4), Profarma (PFRM3), Cremer (CREM3), Odontoprev (ODPV3) e Log-In (LOGN3), que desfrutariam de múltiplos atrativos que compensam o investimento no longo prazo.


Fonte: InfoMoney


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