"Queda das ações é desproporcional à perda de receita", diz Eternit (ETER3)


SÃO PAULO - O diretor-presidente da Eternit (ETER3), Élio Martins, disse nesta quinta-feira (5) à InfoMoney que a queda das ações da companhia nesta sessão é desproporcional em relação às perdas que a empresa terá com a proibição do uso do amianto no estado de São Paulo.


"A perda do valor da ação é desproporcional em relação à perda de receita que a empresa pode sofrer", afirma Martins. As vendas da Eternit no estado de São Paulo representam 15% do total. A Sama [empresa de mineração da companhia] vende 8% da sua produção para a região.


"O que a Eternit não vender em São Paulo vai vender em outro lugar porque estamos com um prazo de entrega de uma semana. Não está sobrando produto. A Sama seria afetada pelas perdas para as indústrias em São Paulo, mas ela pode vender para outros estados", diz o executivo.


A Eternit tem a tecnologia para produzir telhas sem amianto e poderá continuar a oferecer os produtos para São Paulo, porém Martins alerta que não há disponibilidade de fibra sintética para atender o mercado brasileiro no curto prazo. O custo de produção é de 30% a 60% mais caro do que o amianto, diz o diretor-presidente.


"Se afetar, é pouca coisa. A Sama seria afetada pelas perdas para as indústrias em São Paulo, mas ela pode vender para outros estados. As indústrias estão trabalhando a 100% da capacidade. O que São Paulo não consumir outro estado vai consumir".


A decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) conhecida na noite da última quarta-feira (4) manteve a lei paulista 12.684 de 2007, que proíbe o uso de qualquer produto que utilize o amianto no estado, levando a uma queda de 34,57% das ações, que fecharam cotadas a R$ 6,85.


A ação perdeu todo o valor adquirido desde a liminar do ministro do STF, Marco Aurélio, que vetou a lei paulista no final do ano passado. Naquele 21 de dezembro, as ações subiram mais de 6%, chegando a R$ 7,23. Na última quarta-feira (4) o papel estava cotado a R$ 10,47.


No último trimestre, o volume de vendas de produtos acabados (moldados, sistemas construtivos, telhas metálicas e de fibrocimento e caixas d'água) avançou 12,7% em relação ao mesmo período do ano passado.


O segmento amianto crisotila (matéria-prima para produtos de fibrocimento) registrou um crescimento de 11,4% nas vendas, para o recorde de 80,2 mil toneladas. O lucro líquido chegou a R$ 18,716 milhões, crescimento de 249% na comparação com o mesmo período do ano passado.


Fonte: Infomoney


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